PET-CT

Sempre destaquei a valiosa contribuição da Medicina Nuclear para os diagnósticos por imagem. E dentre todos os exames que há participação de médicas e médicos nucleares, um dos mais famosos é o PET-CT.

Quando falei sobre os diagnósticos da Medicina Nuclear, expliquei que, só de conhecer os termos que formam a sigla do PET-CT, já dá para ter uma noção de como o exame funciona. PET-CT é a conjugação de duas siglas de expressões em inglês: “Positron Emission Tomography” e “Computed Tomography”. Traduzindo para o português, os termos significam “Tomografia por Emissão de Pósitrons” e “Tomografia Computadorizada”.

Portanto, no PET-CT há uma emissão de pósitrons e uma tomografia computadorizada. Mas o que isso realmente quer dizer? Nós vamos explicar na sequência do texto!

O que é?

Prestando atenção nos termos que formam o nome “PET-CT”, é fácil identificar duas vezes a palavra “tomografia”. Portanto, acho válido relembrar rapidamente o que ela significa.

O nome vem da junção de dois termos de origem grega: “tomos”, que significa “corte” e “grafia”, que significa “escrita”. Por isso é comum falarmos que o exame gera imagens em cortes tomográficos.

A tomografia é uma evolução da radiografia. Esta usa um feixe único de raios-X que atravessa o corpo do paciente para formar uma imagem no filme do lado oposto. Já na tomografia, o equipamento emite um feixe contínuo de raios-X que, ao alcançar os detectores que ficam no lado oposto, captam simultaneamente uma sequência de imagens. O conjunto de imagens gerada possibilita enxergar com muito mais detalhes a parte do corpo que está sendo examinada.

A história da tomografia é muito valiosa para a Radiologia e para a Medicina Nuclear. Trata-se de um marco da aplicação da informática na atividade médica. Foi graças à capacidade computacional dos anos 1960 e 1970 que foi possível calcular a intensidade dos raios-X nesse novo exame. Foi o avanço alcançado com a tomografia que possibilitou os exames de imagem dos órgãos.

Se já entendemos as tomografias, agora cabe explicar a peculiaridade de uma por emissão de pósitrons. Quem os emite é o radiofármaco injetado no paciente antes do exame – e se você ainda não sabe como um radiofármaco funciona, recomendo a leitura deste texto aqui do site.

Na tomografia por emissão de pósitrons, a energia eletromagnética liberada pelo isótopo é detectada por uma câmera especial que produz as imagens do exame.

Portanto, um equipamento de PET-CT possui detectores que captam os raios-X, como na tomografia, e detectores que captam a radiação emitida pelo radiotraçador que está no paciente. Assim, na prática, o PET-CT realiza dois exames de imagem: as tomografias computadorizada e por emissão de pósitrons. Quando sobrepomos as imagens geradas, é formada a visualização final do PET-CT, que mostra a atividade celular nos órgãos e tecidos focos da análise. Em outras palavras, quando esses exames são feitos conjuntamente, o resultado final é muito mais preciso.

Nunca é demais lembrar que um radiotraçador é composto por uma molécula fisiológica. Sendo assim, a radiação será emitida a partir do órgão ou tecido ao qual a molécula fisiológica se associou. O equipamento capta, portanto, o sinal radioativo que vem do órgão ou tecido que está sendo examinado, gerando a imagem molecular.

No vídeo abaixo, deixei mais claro o conceito do PET-CT. Vale assistir:

 

PET-CT: para que serve?

A principal função do PET-CT é identificar, com um altíssimo nível de precisão, a parte do corpo do paciente que está com um funcionamento anormal, seja devido a uma patologia ou lesão.

Apesar do exame ser normalmente realizado em casos de câncer, há uma série de outras aplicações do PET-CT. Por ser um exame que capta atividade metabólica, ele pode ser aplicado na investigação de diversas condições.

Na análise neurológica, o PET-CT permite verificar alterações metabólicas provocadas por doenças degenerativas como Alzheimer e Demência Frontotemporal. Na Cardiologia, o exame ajuda a verificar o fluxo sanguíneo no coração, muito útil para checar a evolução de pacientes que passaram por um infarto. E quem leu o texto sobre diagnósticos na Medicina Nuclear já sabe que usar radiotraçadores para medir o fluxo sanguíneo está nas origens da nossa especialidade…

Mas não dá para negar que a maior contribuição do PET-CT se dá nos casos de câncer. E essa colaboração se dá em, eminentemente, quatro cenários:

  • No diagnóstico clássico, buscando encontrar a lesão primária e identificar características de tumores
  • No planejamento terapêutico, para analisar a dimensão e localização do câncer e qual a abordagem mais adequada
  • Durante o tratamento, monitorando a resposta do paciente à terapia selecionada
  • Para reestadiar um paciente já tratado e verificar a recidiva do câncer.

Se você quer saber mais sobre o PET-CT, sugiro os ótimos conteúdos no Canal PET-CT Sem Mistério, no YouTube. Pacientes e colegas médicos que estejam diante de um quadro suspeito ou já confirmado de câncer, coloco-me à disposição para tirar dúvidas. Para os que estão na região de Porto Alegre, podemos agendar uma visita ao Inscer para conversar sobre o exame.